Jardins de Burle Marx: saiba quais foram as espécies de plantas que inspiraram o mestre

Os jardins de Burle Marx são um marco no paisagismo brasileiro e estão muito presentes na Pampulha. Com extenso trabalho em parceria com Oscar Niemeyer, Burle Marx projetou os jardins que compõem o Conjunto Arquitetônico da Pampulha e trouxe um novo ar para o paisagismo, criando jardins mais orgânicos através do uso de curvas e de plantas nativas. Mas você conhece quais são as espécies usadas pelo mestre do paisagismo em seus jardins? Para desvendar esse mistério, nós conversamos com a paisagista Nãna Guimarães, que realizou o projeto de restauro do Jardim de Burle Marx, na Casacor Minas Gerais 2019.

A paisagista explica que foi muito difícil fazer o restauro de parte do Jardim de Burle Marx do Palácio das Mangabeiras, porque boa parte das espécies caíram em desuso e não são mais clomid shortage 2023 comercializadas. Para a primeira parte do restauro, que foi realizada em 2019, Nãna conseguiu resgatar seis espécies usadas por Burle Marx em seus jardins: Guaimbé, Camará, Bela Emília, Trapoeraba Roxa, Giesta e Agave.

Guaimbé

Com folhas espetaculares, gigantes e profundamente recortadas, o Guaimbé é uma planta escultural, diferente. Possui uma coloração verde escura e muito brilhantes

Camará

Conhecida popularmente como camará, cambará, camaradinha ou lantana, é uma planta ornamental, cheia de simplicidade e que traz um colorido muito especial ao ambiente, além de ser uma planta resistente e versátil. O camará é um bom exemplo do aproveitamento econômico da biodiversidade brasileira. Pouco tempo atrás, era considerada apenas uma invasora de pastos e lavouras. Atualmente, por meio de estudos de melhoramento e seleção de genótipos silvestres, chegou-se a inúmeras variedades.

Bela Emília

Planta muito versátil e rústica, é largamente utilizada no paisagismo. Arbustiva e muito ramificada, suas flores são delicadas em forma de pequenos buquês. É mais comum encontrarmos espécimes de flores azuladas embora exista uma variedade de flores brancas.

Trapoeraba Roxa

“A Trapoeraba Roxa tem uma cor muito vibrante, e o Burle Marx gostava muito de usá-la para criar manchas e contrastes. Ela caiu em desuso e foi difícil de encomendar, mas é uma planta bem rústica e de fácil cultivo, que cria um diferencial no jardim que vale a pena usar”, explica a paisagista. Outra planta difícil de encontrar foi a Giesta, que muitas pessoas não conhecem.

Giesta

Um gênero de arbusto com flores muito usado por Burle Marx é a Giesta, que é originária da bacia do Mediterrâneo. A espécie mais utilizada é a Giesta Amarela.

Agave

O Agave é uma planta geométrica, muito ornamental. De folhas grandes e acinzentadas é muito utilizada em parques e jardins. Quando chega idade adulta emite uma grande inflorescência que chama muito a atenção.

Para finalizar o restauro do jardim, falta ainda resgatar cerca de 50 outras espécies que compõem o projeto original, e essa é a proposta da Casacor para os próximos anos do evento. “Acho muito legal essa proposta de restaurar os jardins de Burle Marx não só para mostrar o trabalho dele, mas também para resgatar essas mudas. A minha tendência, por gostar do legado de Burle Marx, é fazer jardins em que o menos é mais, conseguindo ver cada planta, cada volume, cada cor. É muito legal, eu gosto bastante de trazer a história dele de volta justamente para as pessoas conhecerem”, conta a paisagista.

Conheça o legado deixado por Burle Marx

O paisagista Roberto Burle Marx deixou um histórico marcante em jardins do Brasil e do mundo. Um dos legados mais expressivos deixados por Burle Marx no paisagismo brasileiro foi a ruptura com as inspirações europeias que reinavam na jardinagem no país, implementando as referências da arquitetura modernista para criar jardins mais orgânicos, cheios de curvas, relevos e de espécies nativas. Como grande amante das plantas, Roberto viajou por todo o país explorando as vegetações e colecionou e catalogou milhares de espécies de plantas brasileiras, que empregava em seus jardins.

Sobre o legado deixado por Burle Marx, Nãna afirma: “Ele sempre quis transmitir, em todas as obras, as curvas e as montanhas, e passar essas ideias para o jardim. Como Burle Marx era um admirador da natureza como ela é, ele trazia isso para o paisagismo das cidades: as curvas, as formas mais orgânicas, mais naturais possíveis, mais leves. Ele trazia as espécies da natureza rústica para as grandes cidades, até mesmo para as pessoas poderem conhecer e valorizar as espécies de uma forma mais cuidadosa.”

Burle Marx deixou centenas de jardins espalhados pelo mundo. Na Pampulha, seu trabalho pode ser apreciado na Igreja São Francisco de Assis, Casa Kubitschek, Pampulha Iate Clube, Museu de Arte da Pampulha, Praça Alberto Dalva Simão, Casa do Baile e Iate Tênis Clube.

DNA de Burle Max

  • Canteiros com poucas variedades;
  • Valoriza espécies coloridas;
  • Jardim mais orgânico, com mais curvas.

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