A nossa atração por plantas não é apenas por uma questão estética. O ser humano se sente bem quando está em ambientes com outros seres vivos. Estudos mostram que essa interação é muito benéfica, capaz de melhorar a nossa qualidade de vida. O agrônomo Evandro Lima observa que, além de bem estar, essa integração reduz a pressão arterial, a frequência cardíaca e a produção de hormônios do estresse.
Mas de nada adianta encher a casa de plantas se não tivermos uma organização e um critério, que irão variar de ambiente para ambiente. O principal de tudo é lembrar que, além das nossas necessidades, devemos entender também o que elas precisam para ficarem bonitas. A luz natural é um dos quesitos. “Nenhuma planta sobrevive em ambiente escuro”, explica Lima. A razão disso é, para se alimentar, ela precisa de luz para fazer a fotossíntese.
Luminosidade
Cada espécie necessita de uma determinada quantidade de horas de luz por dia. Por isso é tão importante conhecer antes o ambiente em que ficarão, prestando atenção na quantidade de luz direta no local. Nem sempre simplesmente deixá-la do lado de fora da casa é garantia de luminosidade. O sombreamento provocado por construções vizinhas pode atrapalhar o desenvolvimento da planta.
Entre as plantas que exigem pouca luminosidade, justamente as mais indicadas para ambientes internos, podemos listar a jiboia, a samambaia, o lírio-da-paz e a zamioculca. O agrônomo ressalta que escolher plantas adaptadas às condições ambientais de uma região é uma estratégia importante para quem quer ter plantas bonitas sem precisar de cuidados excessivos.
Na Região da Pampulha, as espécies que mais se destacam são as foram usadas por Burle Marx nos jardins da Igreja São Francisco de Assis, da Casa Kubitschek, no Pampulha Iate Clube, no Museu de Arte Moderna, na Praça Alberto Dalva Simão e na Casa do Baile. São elas a cana-indica, hemerocales flava, setecreasea pupurea e a cica-revoluta, conhecida no Brasil como sagu-de-jardim.
Mas, às vezes, é mais vital conhecer o microclima local, ou seja, o ambiente da casa, que pode variar em relação ao exterior. Mesmo numa região como a Pampulha, as condições podem diversificar bastante, com áreas úmidas e secas.
Irrigação e nutrição
Escolhido o local ideal, o passo seguinte são os cuidados com irrigação e nutrição. É fundamental saber a medida certa de água, nem mais, nem menos. Como saber? “Olhe para a terra, coloque o dedo, veja se está úmido ou seco. Isso irá lhe ajudar a irrigar na quantidade certa”, indica Evandro Lima. Exemplos de plantas que precisam de menos irrigação são a pata-de-elefante, as suculentas, as bromélias e a espada-de-são-jorge, entre outras.
Ele lembra também que as plantas precisam ser adubadas porque precisam de nutrientes para crescerem e ficarem bonitas.
Toda planta tem a sua função no combate ao efeito estufa, por serem um reservatório de carbono. Quanto maior a sua biomassa, mais carbono estará acumulando nas suas estruturas. Se o objetivo é utilizar plantas como um aliado no combate ao efeito estufa, Lima recomenda focar no quintal de casa, local ideal para plantar uma árvore com possa oferecer um estoque significativo de carbono.
Cuidar das plantas significa cuidar da vida, principalmente do nosso futuro! Com as dicas do agrônomo Evandro Lima, você poderá encher a casa de verde, trazendo benefícios estéticos e para a saúde do planeta.