Como incorporar jardins e hortas em projetos residenciais

Ter plantas em casa traz inúmeros benefícios para a saúde: elas ajudam a purificar e umidificar o ar, auxiliam na concentração, trazem mais calma para o ambiente e a jardinagem é comprovadamente uma atividade terapêutica. Além de enfeitar a casa e melhorar a energia do ambiente, muitas espécies são comestíveis e medicinais, podendo ser incorporadas no cardápio da família. Para saber como utilizar plantas em projetos residenciais, nós conversamos com o engenheiro agrônomo da distribuidora Minas Flor, Assis Francisco Ferreira. Confira as dicas:

Escolhendo o ambiente certo

Para escolher o melhor ambiente para montar um jardim ou uma horta deve-se levar em consideração a ventilação do local, que deve ser arejado, a incidência de luz solar, cuja demanda varia de acordo com a espécie escolhida, e a temperatura do ambiente, porque as plantas entram em estresse em temperaturas mais altas. Além disso, você deve tomar cuidado com o posicionamento de cada planta para não sujar ou danificar o ambiente e dificultar os tratos de poda, limpeza, adubação e irrigação.

Com quais plantas começar

Foto: Pixabay

Para principiantes na jardinagem, a dica é iniciar com espécies mais rústicas, que se adaptam melhor ao ambiente e são de fácil manutenção. “Quando falamos de espécies rústicas, estamos falando de espécies que não demandam tanto manejo para que elas fiquem bonitas! E aos poucos, podem ir introduzindo espécies que exijam mais atenção em relação a água e as adubações”, explica o agrônomo. Nesse caso, as sugestões são as floridas ixória, sunpatiens ou impatiens (um é mais adaptado para sol e o outro para ambiente mais sombreado) e as folhagens como pleomélias, dracenas, viburno e liriope. De toda forma, é interessante que a pessoa veja as espécies antes e escolha de forma que fique harmonizado o ambiente.

Já com as hortaliças, para quem deseja montar uma horta, a indicação de Assis é escolher por espécies de tratos culturais parecidos, ou seja, que demandam o mesmo volume de água e adubações parecidas, para que não ocorra problemas no desenvolvimento das plantas. Ele sugere que alface, rúcula, agrião vão muito bem tanto na jardineira tanto nos canteiros, mas que beterraba e cenoura devem ser plantadas em canteiros separados das plantas folhosas.

A forma mais prática para plantar em casa

Foto: Pixabay

Para quem não dispõe de um grande quintal para montar um jardim ou uma horta, mas quer cultivar plantas mesmo assim, a forma mais prática, segundo Assis, é utilizando jardineiras, vasos, potes ou até mesmo garrafas pet. Com esses objetos em mãos, basta escolher o ambiente ideal da casa para colocá-los, preencher os recipientes com substratos prontos e colocar as plantas. Além de serem superpráticos, esses tipos de vasos ainda têm o benefício de se adaptarem a diferentes locais da casa, podendo ser transportados. Os pequenos jardins podem ocupar varandas ou outros espaços arejados e iluminados da casa, e podem ser dispostos no chão ou em jardins verticais, em que os vasos são pendurados em suportes instalados na parede.

Para quem tem um pedacinho de terra em casa e deseja montar um canteiro, as recomendações são as mesmas para a escolha de plantas e utilização de substratos prontos. Nesse caso, a pessoa terá mais produtividade, pois o espaço permite o desenvolvimento de raízes maiores.

Como irrigar suas plantas

O agrônomo dá duas dicas importantes sobre como irrigar o jardim: “O primeiro fator a ser observado é o horário da rega, em que se deve priorizar as primeiras horas do dia ou fim da tarde para o anoitecer. Nesses horários as plantas se encontram em menor estresse e a eficiência da água será maior. Outro fator a ser observado é que a planta absorve a maior parte da água pela raiz, então devemos irrigar sempre o solo e não aplicar água diretamente nas folhas. Este fator evita muito o surgimento de doenças e a planta otimiza melhor a água, que é um recurso tão importante para nós. ”

Sobre as formas de irrigar as plantas, além de utilizar mangueiras ou regadores, Assis indica utilizar sistemas gotejadores com fitas de gotejo, em jardins ou hortas verticais e jardins ou hortas em canteiros, ou aspersores, em canteiros e gramados.

Erros a serem evitados

Foto: Pixabay

Por fim, o agrônomo elenca erros que devem ser evitados ao montar um jardim ou horta em casa:

  • Não planejar como ficará o jardim ou a horta (principalmente o espaço físico e a harmonização das plantas)
  • Misturar espécies com necessidades diferentes de luz solar (plantas de sombra juntas de plantas de sol)
  • Misturar espécies com necessidades de irrigação diferentes (plantas que precisam de pouca irrigação e plantas que precisam praticamente de irrigações diárias)
  • Achar que a planta não precisa de alimento e esquecer de adubar o solo
  • – preparo bem feito do substrato, da terra do canteiro, antes de ser implementado o jardim ou horta, sendo que na maioria dos casos, as plantas apresentam dificuldades de se desenvolverem.
  • Ter crianças ou animais em casa e usar plantas tóxicas, como lírios, mamona, azaleia, kalanchoe e crisântemo. Para crianças, deve-se tomar cuidado com espécies do tipo: comigo-ninguém-pode, bico de papagaio, espada-de-são-jorge e euphorbias, que liberam látex quando são cortadas

Sobre o engenheiro agrônomo

Assis Francisco Ferreira é Engenheiro Agrônomo, formado pela Universidade Federal de Lavras, com vasta experiência em assessoria técnica em culturas de flores, folhagens e frutíferas. Atualmente presta consultoria para produtores de Barbacena, Mateus Leme, Igarapé, Governador Valadares, Alfredo Campos, entre outros. É consultor técnico das empresas Minas Flor e Minho Fértil. No dia 7 de fevereiro, Assis ministrará o curso grátis Manejo Nutricional de Plantas em apartamentos, casas e sítios, na sede da Minas Flor. Participe!

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2 thoughts on “Como incorporar jardins e hortas em projetos residenciais”

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