Árvores que embelezam BH: Muito além dos Ipês

Setembro marca duas comemorações importantes, o Dia da Árvore, no dia 21, e também floresce a tão esperada Primavera, época que enche de cor e beleza as árvores pelas ruas e avenidas da capital. E por falar em árvores, é só fechar os olhos e a imagem dos ipês amarelos, rosados e roxos vêm à nossa mente, dando um colorido especial a esse grande jardim chamado Belo Horizonte, não é mesmo?

No entanto, poucas pessoas sabem que além dessa espécie símbolo nacional, BH conta com outros tipos de árvores que ora cativam pela exuberância ora pela delicadeza como as sibipirunas, jacarandás mimosos, sapucaias, espatódeas. As palmeiras imperiais também marcam forte presença na Pampulha. Quem passa de carro ou pratica atividade física, avista com facilidade essas espécies emoldurando o entorno da lagoa. E como não se render aos encantos das bouganvillespresentes nas beiradas de calçada e jardins particulares colorindo a paisagem com seus tons de ferrugem, roxo, cor de rosa… “Seu nome é uma homenagem ao militar Luis-Antoine de Bouganville, que participou de uma expedição científica e levou exemplares de presente para Luís XIV”, comenta engenheiro agrônomo, Marcos Godoy.

Uma das árvores mais presentes na capital é a sibipiruna. Com porte médio e flores amarelas, ela pode ser facilmente encontrada pelo Centro da cidade, assim como as espatódeas, de origem africana, e as bauíneas ou pata de vaca – trazidas da Ásia e com flores brancas, rosas e roxas. Na Região da Pampulha são infinitas as espécies que permeiam seus cartões postais, ruas e margem da lagoa. Uma delas é o Pau Mulato, localizado no Marco Zero. “A árvore nativa da Amazônia que pode chegar a 40 metros de altura – equivalente a um prédio de 13 andares – tem esse nome devido ao seu tronco de tom bronzeado”. Coincidência ou não, a cor característica da pele brasileira.“BH não tem muitas restrições para o cultivo de plantas por causa do clima e da altitude. Aqui temos espécies típicas de deserto, regiões equatoriais, cerrado e, com isso, há árvores com flor o ano inteiro”, revela.

Frutos que geram renda

Algumas dessas espécies presentes na região, não só colorem ou embelezam os olhos de quem por lá passa, mas também dão frutos que são fonte de renda para famílias pobres e moradores de rua. “É o caso da Sapucaia que tem um fruto chamado de cumbuca, recolhido para ser usado como utensílio para fins diversos, principalmente para vasos de plantas ou como adorno doméstico. Suas castanhas são comestíveis e são muito apreciadas pela fauna, principalmente pelos macacos”.

É comum algumas pessoas se renderem a tantos encantos e decidirem plantar uma árvore por conta própria. No entanto, o agrônomo explica que ninguém pode plantar uma árvore deliberadamente, sem aprovação da prefeitura. “Existe uma série de normas como localização, tamanho da árvore, distância entre outras árvores, fios de eletricidade, encanamentos; espécies que podem ser plantadas, entre outras que devem ser seguidas para a segurança da população”. Antes de tomar a iniciativa, ele aconselha entrar em contato com o setor de arborização da PBH. “Eles vão enviar um técnico no local onde há interesse de plantar a árvore e esse profissional vai avaliar se é possível ou não”.

As 10 espécies mais comuns

Iniciado há quase um ano, o inventário das árvores de Belo Horizonte, que vai identificar cada um dos cerca de 350 mil espécimes da capital, levantou as 10 espécies mais comuns na capital mineira. Ipês rosados, magnólias, quaresmeiras, ligustre, espatódeas, ficus, mangubas, escumilhas africanas, murtas e sibipirunas dominam a arborização na cidade, segundo o balanço parcial da pesquisa que já cadastrou 86.150 exemplares nas regiões Leste e Noroeste

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