Um dos nossos cartões postais da Pampulha, a Capela Curial São Francisco de Assis, mais conhecida como Igrejinha da Pampulha, será elevada a Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis na segunda-feira (4/10), dia consagrado ao seu padroeiro. Ícone do patrimônio mundial, o templo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) chega a essa condição para valorizar ainda mais o espaço sagrado, destacar o conjunto moderno e fortalecer a peregrinação.
Reaberta completamente e restaurada há dois anos, a singela capela dedicada ao protetor da natureza e dos animais passará a ser santuário durante missa celebrada pelo arcebispo metropolitano de BH e presidente da Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo. De acordo com a Arquidiocese de BH, uma igreja ou outro local sagrado se torna santuário quando os fiéis, em grande número, por algum motivo especial de piedade, fazem peregrinações, com aprovação da autoridade da Igreja local (bispo ou arcebispo).
Entenda a historia
É difícil encontrar algum brasileiro que nunca tenha ouvido falar na Igreja São Francisco de Assis. Se, ao falar o nome, alguém reluta em responder, espere alguns segundos e diga “Igreja da Pampulha” para ver o que acontece: a memória refresca na hora! A obra foi carinhosamente apelidada de “Igrejinha da Pampulha” por estar localizada na orla da lagoa de mesmo nome, e teve sua inauguração oficializada no ano de 1943.Ela faz parte do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer a pedido de Juscelino Kubitscheck, prefeito da cidade de Belo Horizonte na época.
Você sabia que a Igreja São Francisco de Assis foi o primeiro projeto de Niemeyer a ganhar forte expressão internacional, sendo forte responsável por levar o nome do arquiteto para os 4 cantos do mundo. No entanto, vale ressaltar que após a inauguração da Igrejinha nem tudo correu perfeitamente bem. Ao mesmo tempo que era aclamada por uma camada da população, grande parte da sociedade belo horizontina não ficou muito feliz com a construção da Igreja. O motivo? Sua fuga do convencional e desprendimento de tradições religiosas da época. As curvas sinuosas, o traço moderno e a pequena identificação com o que era idealizado como “Igreja” na época levou a população e a classe religiosa a vetar a consagração da capela. Não era possível, por exemplo, assistir missas ou realizar cerimônias religiosas na Igrejinha da Pampulha. Foi assim por um período de quase quinze anos. Hoje ela é um ícone, reconhecido pelos quatro cantos do mundo.
Visitação
Para quem quiser conhecer e visitar a capela ou assistir às missas, padre Ednei Almeida Costa informa que a igreja fica aberta todos os dias das 8h às 17h, com missas aos domingos às 7h, 10h e 18h. Se o interesse for apenas visitar, são cobrados R$ 6 (metade do valor para idosos e estudantes). No caso da missa, a entrada é livre, com respeito à capacidade do templo e protocolos sanitários nesses tempos de pandemia.